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domingo, 9 de janeiro de 2011

Evangelhos falsificados



Aproveitando a visita de Paul Tripp à Igreja Coral Ridge neste final de semana, voltei a muitos dos meus livros escritos por ele – Paul é uma grande dádiva à igreja!

Em um dos seus livros (coescrito com Tim Lane), How People Change [Como as Pessoas Mudam], ele identifica sete evangelhos falsos – caminhos “religiosos” que usamos para nos “justificar” ou “salvar” à parte do Evangelho da graça. Considerei isso incrivelmente útil. Ao redor de qual (ou quais) você tende a orbitar?

Formalismo. “Eu participo dos encontros regulares e dos ministérios da igreja, assim sinto-me como se minha vida estivesse sob controle. Estou sempre na igreja, mas isso realmente tem pouco impacto em meu coração ou sobre como vivo. Posso me tornar julgativo e impaciente com aqueles que não têm o mesmo compromisso que eu”.

Legalismo. “Eu vivo pelas regras – regras que criei para mim mesmo e regras que criei para os outros. Sinto-me bem se posso guardar minhas próprias regras, e me torno arrogante e cheio de desdém quando os outros não alcançam os padrões que coloquei para eles. Não há alegria em minha vida porque não há graça a ser celebrada”.

Misticismo. “Eu estou envolvido em uma busca incessante por uma experiência emocional com Deus. Vivo para os momentos em que me sinto próximo dele, e frequentemente luto contra o desânimo quando não me sinto dessa maneira. Posso também mudar de igreja frequentemente, buscando aquela que me dará aquilo que procuro”.

Ativismo. “Reconheço a natureza missional do Cristianismo e estou apaixonadamente envolvido em consertar esse mundo destruído. Mas, no fim do dia, minha vida é mais uma defesa do que é certo que uma busca alegre por Cristo”.

Biblicismo. “Eu conheço a Bíblia do começo ao fim, mas não permito que ela me domine. Reduzi o Evangelho à proficiência do conteúdo e teologia bíblicos, portanto sou intolerante com aqueles que têm menos conhecimento”.

Terapismo. “Falo muito sobre as pessoas feridas em minha congregação, e como Cristo é a resposta para suas dores. Porém, mesmo sem perceber, eu fiz de Cristo mais Terapeuta que Salvador. Eu vejo as feridas como um problema maior que o pecado – e, sutilmente, mudo minha maior necessidade – da minha falência moral para minhas necessidades não satisfeitas”.

Social-ismo. “A comunhão e amizades profundas que encontro na igreja se tornaram meu ídolo. O corpo de Cristo substituiu o próprio Cristo, e o Evangelho é reduzido a uma rede de relacionamentos cristãos satisfatórios”.

Como disse há duas semanas em meu sermão, existem ídolos fora da igreja e existem ídolos dentro da igreja. São os ídolos dentro da igreja que devem preocupar mais os cristãos. É mais fácil para os cristãos identificar ídolos mundanos como dinheiro, poder, ambição egoísta, sexo, e por aí vai. São os ídolos dentro da igreja que nos trarão dificuldade para identificar.

Por exemplo, sabemos que é errado se prostrar diante do deus do poder – mas também é errado se prostrar diante do deus das preferências. Sabemos que é errado adorar a imoralidade – mas também é errado adorar a moralidade. Sabemos que é errado procurar liberdade ao quebrar as regras – mas também é errado procurar liberdade ao guardá-las. Sabemos que Deus odeia a injustiça – mas ele também odeia a justiça própria. Sabemos que crime é um pecado – mas controle também é. Se as pessoas de fora da igreja tentam salvar-se sendo más, as pessoas dentro da igreja tentam salvar-se sendo boas.

A boa notícia do Evangelho é que, tanto fora como dentro da igreja, há somente um Único Salvador e Senhor, chamado Jesus. E ele veio, não para nos privar furiosamente de nossa liberdade, mas para amorosamente nos tirar da nossa escravidão a coisas menores, de maneira que possamos verdadeiramente nos tornar livres!